Tenho no meu quarto estas duas pinturas em tela. Foram criadas por dois pequenos amigos que mas ofereceram num dia especial em que me visitaram aqui em casa. São eles a Mariana e o Manel, ou melhor, o ManUel porque é assim que gosta de nos corrigir quando descuidamos a pronúncia do U.
O Manuel e a Mariana são crianças muito especiais, que olham para o mundo à sua volta sempre com uma pergunta desconcertante, ou com uma observação que amplia o sentido das coisas...
Para eles eu sou o seu Haiti. E eles serão sempre a Mariana em quem reparei pela primeira vez só por causa dos sapatos vermelhos de verniz e com os quais correu, saltou obstáculos e brincou muito... tudo com uma energia que não ficava atrás dos outros que vinham equipados com os ténis do momento. A Mariana vai sempre encaixar no cenário do feiticeiro de Oz, onde eu carinhosamente a encaixei no meu imaginário. Fica-lhe tão bem esse mundo.
O Manuel é diferente! Perspicaz, decidido e inteligente. Mas igualmente carinhoso. Nunca me esqueço das missas semanais das quais não saía nunca sem antes se ter pendurado à volta do meu pescoço para me fazer perguntas nas quais eu nunca tinha pensado e quando as ouvia me parecia sempre um absurdo pensar que não poderiam ser feitas... O Manuel que pinta a Igreja dele sempre com uma luz muito forte no meio que ele diz, como tratando-se da coisa mais óbvia do mundo: não vês que é Jesus?
Há um tempo que não os vejo, mas hoje termino a minha noite a pensar neles, a olhar para as pinturas deles e sei que, daqui a pouco, vou rezar por eles.
Por eles e pelos pais deles, capazes de deixar crescer crianças tão fantásticas.
Boa noite.
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