terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Das Homilias de São Bernardo, abade, em louvor da Virgem Mãe

Hom. 4, 8-9: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4 (1966), 53-54)(Séc. XII)

Todo o mundo à espera da resposta de Maria
Ouviste, ó Virgem, a voz do Anjo: Conceberás e darás à luz um filho. Ouviste-o dizer que não será por obra de varão, mas por obra do Espírito Santo. O Anjo aguarda a resposta: é tempo de ele voltar para Deus que o enviou. Também nós, miseravelmente oprimidos por uma sentença de condenação, também nós, Senhora, esperamos a tua palavra de misericórdia.

Em tuas mãos está o preço da nossa salvação. Se consentes, seremos imediatamente libertados. Todos fomos criados pelo Verbo eterno de Deus, mas agora vemo-nos condenados à morte: a tua breve resposta pode renovar-nos e restituir-nos à vida.

Isto te suplica, ó piedosa Virgem, o pobre Adão, desterrado do paraíso com toda a sua mísera posteridade; isto te suplicam Abraão e David. Imploram-te todos os santos Patriarcas, teus antepassados, também eles retidos na região das sombras da morte. Todo o mundo, prostrado a teus pés, espera a tua resposta: da tua palavra depende a consolação dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua linhagem.

Dá, depressa, ó Virgem, a tua resposta. Responde sem demora ao Anjo, ou, para melhor dizer, ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra. Profere a tua palavra humana e concebe a divina. Diz uma palavra transitória e acolhe a Palavra eterna.

Porque demoras? Porque receias? Crê, consente e recebe. Encha-se de coragem a tua humildade e de confiança a tua modéstia. Não convém de modo algum, neste momento, que a tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Virgem prudente, não temas neste caso a presunção, porque, embora seja louvável aliar a modéstia ao silêncio, mais necessário é, agora aliar a piedade à palavra.

Abre, ó Virgem santa, o coração à fé, os lábios ao consentimento, as entranhas ao Criador. Eis que o desejado de todas as nações está à tua porta e chama. Se te demoras e Ele passa adiante, terás então de recomeçar dolorosamente a procurar o amado da tua alma. Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela devoção, abre pelo consentimento.

Eis a serva do Senhor, disse a Virgem, faça-se em mim segundo a tua palavra.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

INVICTUS

Invictus é um pequeno poema do poeta Inglês William Ernest Henley (1849-1903).

Foi escrito em 1875 e publicado pela primeira vez em 1888.
Nelson Mandela, no dia em que comemorou 20 anos de liberdade, citou-o como fonte de inspiração durante o seu tempo na prisão. Abaixo, a versão original e uma tradução livre que encontrei num blog e que tentei aperfeiçoar...

Out of the night that covers me
black as the pit from pole to pole
I thank whatever gods may be
for my unconquerable soul

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud
Under the bludgeonings of chance
my head is bloody, but unbowed

Beyond this place of wrath and tears
looms but the horror of the shade
and yet the menace of the years
finds, and shall find me, unafraid

It matters not how strait the gate
how charged with punishments the scroll
I am the master of my fate
I am the captain of my soul

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Do seio da noite que me cobre,
Negra como um poço, de ponta a ponta,
Eu agradeço a quaisquer deuses que existam,
Pela minha alma inconquistável.

Na cruel garra das circunstâncias,
Não estremeci, nem gritei em voz alta.
Sob as pancadas do acaso,
Minha cabeça está ensanguentada, mas não curvada.

Para lá deste lugar de ira e lágrimas
Avulta-se apenas o horror das sombras.
E apesar da ameaça dos anos,
Encontra-me, e encontrar-me-á sem medo.

Não importa quão estreito é o portão,
Quão carregado de punições o pergaminho,
Eu sou o senhor do meu destino:
Eu sou o capitão da minha alma.